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segunda-feira, 24 de maio de 2010

Sob pressão, BP planeja conter vazamento com cimento

A petrolífera British Petroleum (BP) afirmou nesta segunda-feira (24) que planeja conter o vazamento de petróleo que atinge o Golfo do México utilizando-se de cimento - um plano que, segundo a própria companhia, teria início na quarta-feira e com 60% a 70% de possibilidade de dar certo.

O governo dos Estados Unidos ampliou a pressão sobre a BP para resolver o que chama de "enorme bagunça ambiental" na região, cinco semanas depois do início do vazamento gigante de um poço de petróleo, em um acidente que ameaça ser o pior desastre ambiental da história dos Estados Unidos.

A empresa britânica, responsável pelo poço, afirma que "tem feito de tudo" para tapar o vazamento. A BP já tentou vários outros métodos: uma espécie de funil gigante, um tubo quilométrico que serviria como canudo, substâncias químicas para dispersar o petróleo. Mas nada funcionou.




Desde o acidente, em 20 de abril, a BP já perdeu cerca de 25% do seu valor de mercado -- quase US$ 50 bilhões.

Pressão
O presidente norte-americano, Barack Obama, diz que o vazamento representa uma catástrofe ambiental sem precedentes para o país, já que ameaça manguezais e refúgios naturais na costa sul do país. Também há graves prejuízos para atividades econômicas, como a pesca e o turismo.

O secretário do Interior dos Estados Unidos, Ken Salazar, disse a jornalistas após visitar a região que "esta é uma bagunça da BP (...), uma enorme bagunça ambiental." Segundo ele, a empresa é juridicamente responsável por conter o vazamento, limpar seus efeitos e arcar com as consequências econômicas. "Vamos manter nossa bota no pescoço deles até que o trabalho seja feito", afirmou.

Salazar disse que uma investigação em andamento deve responsabilizar a BP "civilmente e de qualquer forma que seja necessária", o que sugere a possibilidade de um inquérito criminal.

O secretário havia alertado no domingo que a BP poderia ser afastada das tarefas de contenção do petróleo, mas fontes do governo admitiram que só as empresas de petróleo detêm a tecnologia para essa tarefa.

O almirante Thad Allen, chefe da equipe governamental de reação ao desastre, afirmou que a BP está esgotando todos os "meios técnicos possíveis" para conter o vazamento. "Tirar a BP do caminho despertaria a questão de substituí-los com o quê?", disse Allen na Casa Branca.

O acidente criou um problema político para Obama, já que muitos eleitores podem querer punir os democratas na eleição de novembro, mesmo que o partido não tenha responsabilidade pelo acidente.

Uma pesquisa CNN/Opinion Research Corporation, feita por telefone entre os dias 21 e 23, mostrou que 51% dos norte-americanos estão descontentes com a forma como Obama tem lidado com o acidente.

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