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quinta-feira, 12 de agosto de 2010
Um tsunami no Sol
Depois de uma hibernação profunda, parece que finalmente o Sol está acordando. Alternando ciclos de mínimo e máximo de atividade a cada 11 anos, o Sol não costuma ficar longos períodos sem dar sinais de vida.
Normalmente, é possível ver uma mancha solar, detectar uma tempestade ou uma ejeção de massa coronal nem que seja só de vez em quando. Mas nesse último período de mínimo solar, que acabou no ano passado, meses se passaram sem nenhuma atividade.
Agora o Sol dá sinais de estar emergindo de um dos mais profundos períodos de baixa atividade registrados nos últimos cem anos. E parece que ele surge de mau humor.
No primeiro dia de agosto, foi registrada atividade solar das mais complexas, com pelo menos três eventos distintos. Ainda que não sejam dos eventos mais energéticos, classificados como classe C3 (entre intensidade fraca e média), foi a complexidade deles que chamou a atenção dos pesquisadores.
Inicialmente havia uma mancha solar (a de número 1092), já visível há alguns dias e tudo parecia calmo. No começo da manhã, essa mancha inocente detonou uma explosão que foi detectada pelos satélites que monitoram o Sol. Alguns minutos depois, um enorme filamento magnético se desprendeu do Sol no seu hemisfério norte. Mesmo estando separados por uma distância de 400.000 km a explosão e o filamento parecem estar conectados pelo campo magnético da estrela.
Além da explosão e o filamento, houve a propagação de uma onda de choque, um verdadeiro tsunami, partindo justamente do local da explosão e se propagando na direção de onde saiu o filamento. Esse fato deve ter colaborado para a sua ejeção. Esse fenômeno com massa coronal, simplesmente um pedaço do Sol lançado ao espaço, também foi detectado.
O pedaço foi arremessado na direção da Terra e é esperada alguma atividade geomagnética como auroras nas regiões de alta latitude no planeta, quando a massa de gás atingir o campo magnético terrestre.
De qualquer forma, o Sol vai mostrando que se lembrou de acordar. Esse atraso todo em voltar à atividade vinha preocupando os físicos solares e todos querem saber quais os efeitos que esse mínimo pronunciado terá no clima da Terra.
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